Cuidados com a cânula de traqueostomia

Cuidados com a Cânula de traqueostomia

Cuidados com a cânula de traqueostomia

Meu filho/a tem uma traqueostomia. E agora quais cuidados devo ter com a cânula de traqueostomia?

Existem vários motivos que levam à indicação da realização de traqueostomia na criança (ou bebê).

Eles vão desde uma alteração na formação do bebê (congênita) até a necessidade de um suporte para respiração, em bebês que não conseguem respirar bem sozinhos.

É importante que os pais saibam o motivo pelo qual a traqueostomia foi realizada, se existe alguma alteração na via aérea da criança que precisa ser corrigida (com medicamentos ou cirurgia), para que o tratamento e acompanhamento da criança seja adequado.

Portanto, todos os pais sonham em retirar a cânula de traqueostomia do seu filho, e o primeiro passo para este processo inclui saber como está a integridade da via aérea do paciente.

Por isso, uma das indicações de Endoscopia de Via Aérea (ou a famosa broncoscopia) é justamente na criança com traqueostomia, que não teve sua via aérea avaliada de forma completa, há mais de 1 ano.

Infelizmente, ainda hoje muitas crianças não têm sua via aérea avaliada antes da colocação da cânula de traqueostomia, ou recebem alta hospitalar sem esta avaliação.

Ou seja, sem um adequado diagnóstico e orientação de planejamento terapêutico.

A Dra Larissa realiza a endoscopia de via aérea, troca da cânula de traqueostomia (com adequação para a melhora marca de cânula e melhor tamanho para cada paciente e suas alterações anatômicas), em conjunto com uma equipe de via aérea pediátrica, capaz de acompanhar o paciente e planejar, sempre que possível, a decanulação (retirada da cânula de traqueostomia).

Manejo da criança com traqueostomia 

As informações abaixo fazem parte de uma cartilha para o cuidado com a criança traqueostomizada, realizada em conjunto com a Dra Lorena Nunes, pediatra e pneumologista broncoscopista, integrante da equipe de via aérea pediátrica do Hospital Mater Dei Contorno.

Cuidados após alta hospitalar 

– O acompanhamento do seu filho após a alta é fundamental para que possamos evitar complicações relacionadas à traqueostomia. 

– Antes da alta hospitalar, é importante que os cuidadores da criança sintam-se seguros para realizar o manejo dos cuidados com a cânula em casa. Estes envolvem aspiração de secreção, troca da fixação do pescoço, colocação do “coxim” para proteção da pele. 

– Os cuidadores devem estar preparados para atuar em caso de alguma emergência relacionada à traqueostomia. 

– Todas as crianças traqueostomizadas necessitam acompanhamento com profissionais de saúde após a alta hospitalar. Oferecemos acompanhamento ambulatorial com médicas especialistas em via aérea pediátrica. Orientamos procurar tal atendimento assim que a criança sair do hospital. 

Decanulação acidental 

– Caso o seu filho apresente uma decanulação, ou seja, a cânula saia por acidente, mantenha-se calmo e aja rapidamente. 

– Insira novamente a cânula pelo orifício da pele. Não há problema em inserir a mesma cânula caso não haja outra cânula por perto ou se a criança não estiver respirando. 

– A inserção de uma cânula nova deve ser feita em local seguro, após a criança ter voltado a respirar, sem apresentar riscos à mesma. 

– Se você não conseguir reposicionar a mesma cânula, ligue para o SAMU, tente inserir a cânula reserva, de menor calibre e comece manobras de ressuscitação cardiopulmonar se necessário. 

– Como forma de prevenir uma decanulação acidental, garanta que a fixação (cadarço) esteja firme, segura e seca. 

– Não permita que ninguém tire a cânula do seu filho (com exceção do médico assistente nos momentos de troca de cânula).

Sangramento pela cânula de traqueostomia 

– Na maioria das vezes, quando ocorre sangramento pela cânula, este está relacionado à técnica de aspiração ou ao ressecamento da secreção.

– Crianças com traqueostomia não possuem o mecanismo de umidificação e aquecimento do ar, naturalmente oferecidos pelas fossas nasais. Por isso, em períodos de tempo mais seco ou frio, pode a secreção pode ficar mais espessa e algum sangramento leve pode acontecer. 

– Para prevenir sangramentos, use técnica apropriada de aspiração, evite aspiração frequente a menos que a criança esteja necessitando. Introduza a sonda somente até a marca estipulada e evite movimentos bruscos/brutos. 

– Acompanhamento regular no ambulatório de traqueostomia e trocas frequentes das canelas também contribuem para menor chance de sangramento uma vez que o tamanho da cânula é sempre avaliado. 

– Em caso de sangramento vivo e persistente, procure avaliação em pronto atendimento ou no ambulatório. 

– Se a criança apresenta, juntamente com o sangramento pela cânula, sinais de infecção ou aumento da frequência de tosse, procure avaliação médica. 

Secreção obstruindo a cânula 

– Sinais clínicos de obstrução: dificuldade para respirar, respiração ruidosa e rápida, cianose (coloração arroxeada ao redor lábios, e unhas), sudorese, retrações ao respirar abaixo das costelas e pescoço, face de ansiedade .

– Como evitar: manter frequência regular de aspiração da traqueostomia, manter umidificação regular.

– Como proceder em caso de obstrução: Aspire a cânula, coloque cerca de 5 gotas de solução de soro fisiológico 0,9% e aspire novamente. Repita o processo se necessário. Caso tenha Ambu (Unidade ventilatória Bolsa-máscara) ventile cerca de 3 vezes após instilar o soro antes de aspirar. 

– Caso não desobstrua procure serviço médico de urgência e em caso de obstrução com dificuldade importante que não permitirá tempo de chegada ao hospital mais próximo, retire a cânula e introduza tubo traqueal no orifício da traqueostomia na marca pré-definida com seu médico assistente. Tal procedimento permite que a criança respire até chegada no hospital.

Infecção (traqueíte) 

– Sinais clínicos de infecção: aumento do volume da secreção, mudança da cor da secreção para amarelo-esverdeado, secreção mais espessa, cheiro fétido, vermelhidão ao redor da traqueostomia, sangramento pela traqueostomia ou ao seu redor, febre, desconforto à manipulação da traqueostomia. 

– Como evitar: Aspirar com técnica correta, higienizar as mãos antes de manipular a cânula, utilização de luvas e sondas estéreis, não reutilizar material. 

– Como proceder: Procurar assistência médica para avaliação clínica e definição da necessidade de tratamento com antibióticos. 

Portanto para informações sobre trocas de cânula de traqueostomia, endoscopias de via aérea e acompanhamento pela equipe de via aérea, agende uma consulta.

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Todas as informações disponíveis no site são de autoria da Dra Larissa Abreu, baseadas na sua formação profissional, estágios e cursos, e não devem ser consideradas como uma avaliação médica. As orientações sobre técnica operatória e recuperação após a cirurgia se referem aos procedimentos realizados pela Dra Larissa, e não devem ser extrapolados para cirurgias realizadas por outros otorrinolaringologistas.